segunda-feira, 2 de junho de 2008

EXISTE ÉTICA RELATIVAMENTE À CLONAGEM HUMANA?


Há muito que o termo clonagem existe e não relativamente a técnicas artificiais desenvolvidas, visto que, na biologia a clonagem é um processo natural que ocorre desde o início da vida na Terra. Os descendentes idênticos têm origem a partir de um processo assexuado da divisão da célula, onde os indivíduos resultantes têm, geralmente, o mesmo código genético.
Contudo a clonagem artificial é uma realidade verificada aquando a apresentação da ovelha Dolly, em 1997.

No entanto, existem outros casos conhecidos de clonagem não humana, o primeiro ocorreu em 1952, nos Estados Unidos, através de um sapo. Desde então que várias espécies têm sido clonadas: carpas, ratos, touros, porcos, gatos, búfalos, mulas, cavalos, moscas veados, cães, etc.

A CLONAGEM PODE SER APLICADA PARA A FORMAÇÃO DE DUAS OU MAIS ENTIDADES BIOLÓGICAS GENÉTICAMENTE IGUAIS, PODENDO TRATAR-SE DE GENES, CÉLULAS OU ORGANISMOS COMPLETOS.

A CLONAGEM HUMANA CRIA DOIS CENÁRIOS TOTALMENTE OPOSTOS:

1º O QUE PARA UNS PODE SER FASCINANTE E VEREM, ATRAVÉS DA CLONAGEM, UM FUTURO MELHOR PARA TODOS SOB O ASPECTO DA EVOLUÇÃO DA MEDICINA;

2º PARA OUTROS PODE TORNAR-SE NUM PESADELO.

Consequentemente colocamos a questão: “Existe ética relativamente à clonagem humana?” É com a minha não aceitação quanto à clonagem humana reprodutiva que irei defender este ensaio, baseada em conhecimentos adquiridos e com a ajuda do manual escolar.

Inicio com ”A Declaração Universal dos Direitos do Homem, as leis sobre os direitos dos cidadãos de todos os países, com textos doutrinários de todas as religiões, estão cheios de afirmações sobre o carácter único e irrepetível do ser humano, sobre a liberdade do seu destino, sobre a originalidade intrínseca e o direito à individualidade de cada um de nós.”

O Homem sempre quis brincar de Deus, o poder criar, o poder de produzir vida, no entanto, esse poder pode ultrapassar alguns limites. Apesar de já se ter concretizado a clonagem a alguns animais, não impede de que perante o ser humano o resultado não seja 100% seguro e como tal pode vir a gerar crianças deficientes e até destruir e/ou colocar em risco toda uma espécie. Até que ponto existe essa segurança? A aplicação de mecanismos resultantes da clonagem em humanos adultos é realmente válida?

Até que ponto não estaremos a ser manipulados por nós mesmos, em prol de uma melhor perspectiva de vida?

Buscará o Homem através da clonagem a perfeição do ser? Ou será que não estaríamos a fazer o mesmo que outros fizeram no passado?

Ao moldarmos a nossa espécie não estaremos nós a criar uma espécie nova? Com características que poderão ser ameaçadoras a toda a humanidade?

Mesmo sabendo que somos aquilo que somos devido à nossa história do que propriamente à nossa herança genética.
No entanto, quem é que pode comprová-lo? Isto ocorre de facto? Ou as nossas qualidades, o nosso carácter, personalidade, sentimentos, tudo o que somos, não estarão interligados aos nossos genes?

Em refutação tento evidenciar que, na possível tentativa, de clonarem, alguém como Hitler, não estarão na busca de alguém que liderou uma 2ª Guerra Mundial, independentemente se a probabilidade maior é de ser gerado alguém totalmente diferente, visto que as circunstâncias da vida a que irá ser submetido não serão as mesmas e, portanto, o individuo será diferente. Mas se tal acontecesse, qual seria o 1º pensamento daquele que assim o pretendeu? Não seria buscar um ser totalmente desumano como foi o original?

Através das células tronco ou estaminais os cientistas poderão manipular adequadamente em laboratórios e elas poderão se tornar neurónios, células do sangue, tecido ósseo, ou o que o doador do ADN pretenda. Contudo, não há a necessidade que ocorra através de um embrião clonado.
Sabemos que diversas doenças poderão ser curadas através deste sistema: a leucemia, pessoas tetraplégicas, problemas com o fígado ou rins, cancro, entre tantas outras. Contudo, a questão é colocada, há realmente a necessidade de criar estes embriões?
As células tronco encontram-se presentes no cordão umbilical, não será mais válido guardá-lo para um futuro? E por iniciativa própria prontificássemos esse cordão umbilical àqueles (compatíveis) que dele viessem necessitar.


Muitos estão de acordo em proibir a clonagem "reprodutiva", mas não a terapêutica: querem criar embriões clónicos para investigar, e não implantá-los para que nasçam. Cohen e Kristol replicam: «Isso é insustentável: depois de termos começado a armazenar embriões clónicos destinados à investigação, será praticamente impossível controlar como serão usados». Nesse caso, «estaríamos a criar um género de embriões que, por lei, teriam de ser destruídos»; e como se poderia evitar o nascimento daqueles que fossem implantados ilegalmente? Com abortos forçados?
Já C. S. Lewis tinha advertido em "A abolição do homem", recordam Cohen e Kristol, que "todo o novo poder conquistado pelo homem é também um poder sobre o homem". Por isso, concluem os autores, «para deter a desumanização do homem, e a criação de um mundo post-humano de bebés de desenho, quimeras de homem e animal e "morte por compaixão" dos deficientes, talvez tenhamos de omitir algumas investigações. Talvez tenhamos de dizer que não a certas experiências antes de que elas comecem. Proibir a clonagem humana é uma oportunidade ideal para reafirmar o controlo democrático da ciência e voltar a ligar o progresso tecnológico com a dignidade e a responsabilidade humanas».

Bibliografia:

FILOSOFIA 11º - Luís Rodrigues, Júlio Sameiro, Álvaro Nunes – Plátano Editora

http://vida.aaldeia.net/talvezdizerquenao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clonagem#Clonagem_natural
http://joaogil.planetaclix.pt/clono.htm


TRABALHO DE: OFÉLIA CARDOSO Nº 8 11º P

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